É tempo de matarmos o tempo,
não o deixar passar.
Congelemos o amanhã,
porque é hoje, é hoje.
Ontem? Podemos recordar,
mas já não volta. Já passou.
Passou, porque não o pudemos congelar.
Se pudéssemos, assim o teríamos feito.
Mas quando?
Se congelássemos o tempo, ao primeiro momento bom,
não viveríamos os seguintes.
Mas também não viveríamos os maus.
Era o limbo.
Eu não queria, mas agora quero.
Amanhã não haverá momentos bons.
Ou talvez haja, há sempre...
Mas os maus, os momentos maus,
estão cada vez mais escondidos numa esquina.
É tempo de matarmos o tempo,
antes de passarmos nessa esquina.
Que se lixem os momentos bons que estão por vir.
Troco-os todos pelo limbo.
Ontem não queria, hoje quero.
Passamos a vida a matar o tempo,
e o tempo é que nos mata...