quinta-feira, 15 de abril de 2010

Fingir ou fugir


Deitado neste quarto,
finjo respirar.
Não sei se é noite ou dia,
não interessa tristeza ou alegria.
Um ardor, sinto um ardor,
finjo acreditar.
Por entre vielas escuras,
vejo almas sempre impuras.
Não sei se estou vivo,
finjo sofrer.
Balanço numa corda enfeitiçada,
estranhamente presa a nada.
Tento traficar emoções,
finjo amar.
Faço o pino, e de pernas para o ar,
deixo o sonho viajar.
Numa negra torrente,
finjo afogar-me.
Ninguém vai saber de nada,
que fui tocado por uma fada.
Junto as peças do meu puzzle,
finjo fugir.
5000 peças coloridas,
cada peça com 100 vidas.

1 comentário:

Abre-me o teu coração...